quarta-feira, 12 de junho de 2013

DAS (DES)VENTURAS DO AMOR





Mais um 12 de junho chega, e com ele derramam-se em lojas e redes sociais sentimentos profundos de amor sem reservas aos quatro cantos. Não julgo, pois, que isso seja ridículo, afinal não o somos mesmo? amando ou não? No entanto, a impressão que me fica é a de um dia onde, mais do que nunca, somos levados a questionar as formas como as pessoas se comportam para dizerem que verdadeiramente amam alguém.

Mas falar de amores e sentimentalismos passionais não é uma tarefa fácil. É preciso bastante “filosofia”, e mesmo assim, não entendê-los por completo. É justamente dentro destes moldes, de uma pseudo-compreensão amorosa, que se delineia o enredo de um triângulo amoroso moderno em Les amours imaginaires (Amores imaginários – 2010) do diretor canadense Xavier Dolan.

Com personagens de perfis bem estruturados, salvo as interpretações dinamicamente atraentes de Xavier Dolan (Francis), Monia Chokri (Mari) e Niels Schneider (Nicolas), o longa-metragem chama atenção pelo modo como os personagens lidam com seus sentimentos num universo contemporâneo aberto aos vários modos de exploração dos pontos fronteiriços do amor. 

Amores imaginários até poderia ser um filme definível, o que de certa forma o faria perder todas as suas formas e possibilidades de configuração particular enquanto gênero artístico, porém o que emerge até o último segundo na tela é o tratamento dado à questão identitária que em nada deixou a desejar. Ora, temas atemporais sempre nos envolveram em livros, filmes e afins, entretanto nesse longa francês é o viés deste universalismo amoroso que se põe pelo avesso na bela Montreal.

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